ansiedade é normal ou pode ser problema ?
- Janaína Haas
- 9 de jun.
- 6 min de leitura

A ansiedade é uma resposta natural do corpo a uma condição de estresse, por exemplo, quando você vai atravessar uma rua, você para à beira da estrada, olha para os dois lados, mesmo que os carros estejam num único sentido, seu corpo sinaliza para olhar para o outro lado, pois pode vir um ciclista, ou alguém na contramão. Ciente de que só tem carros, você automaticamente calcula o último carro em relação ao que vem mais atrás e se você consegue fazer a travessia a tempo e em segurança. Neste momento também acaba observando o piso se não tem obstáculos. E quando você se sentir em segurança para atravessar, algo dispara no corpo, “É agora!” .
Isso tudo acontece numa fração de segundo! Nosso corpo faz a travessia preparado para imprevistos e se são imprevistos, bem aí você já sabe!
Seu corpo neste momento está em adrenalina, você já deve ter ouvido falar no hormônio do estresse, pois bem ele mesmo, o Cortisol está agindo em todo seu corpo fornecendo energia para que você fique atento a tudo que pode acontecer.
Acima trouxe um pequeno exemplo de uma travessia numa rua movimentada. Mas no dia-a-dia nosso corpo passa por diversos picos a todo momento. O cortisol é um regulador, ou seja, ele faz com que tenhamos o pico de estresse, mas que retornemos ao normal. Agora pensa no seu dia, desde o despertar. Você acredita que nosso hormônio normaliza?
Cortisol, vilão ou aliado(?) Há muitos anos atrás, nossos ancestrais, os Paleolíticos ou Neolíticos também passavam por estresse durante o período de caçada. Naquele tempo nosso corpo já tinha o hormônio cortisol, que também é produzido em muitos animais.
No ser humano, o cortisol (que é um hormônio esteroide), é secretado pela glândula adrenal ou suprarrenal, que está localizado acima dos rins, para que ocorra essa secreção é necessário estímulos que iniciam no hipotálamo, transmitindo sinal para a Hipófise, gerando a secreção na glândula Adrenal, formando assim o eixo HHA, (Hipotálamo-Hipófise-Adrenal), mas calma! Isso tudo para você entender a importância do cortisol no corpo. Ele influencia a resposta imune aos anticorpos, tem um papel fundamental na promoção da saúde física e mental, por exemplo, afeta a regulação do metabolismo, a pressão arterial (cardiocirculatório), sistema renal e o ciclo sono vigília, além de influenciar o humor, a motivação e o medo. Como assim? Simples, o cortisol eleva os níveis séricos de glicose através de sua ação fornece energia, atuando no metabolismo proteico, e no sistema imunológico. Lembra de quando falamos sobre atravessar a rua? Pois bem, a cada momento de alerta nosso corpo (para nos proteger do “perigo”) “dispara”, vamos dizer assim, hormônios de cortisol, adrenalina e noradrenalina, preparando nosso corpo para o perigo. Logo o Cortisol não é o problema. O problema é que vivemos em constante alerta e tensão desde que acordamos e nem sempre dormimos bem.
Um dia “normal”
Acordar cedo, dormir tarde;
Estresse antes de sair de casa, porque sempre acontece alguma coisinha!
Quanto temos filho, um relacionamento, um pet, sempre demanda um tempinho a mais. Se não temos nada disso, mesmo assim estamos correndo atrás do relógio. Então a correria já inicia pela manhã.
Almoço, come o que dá, do jeito que dá, há quem prepare o alimento saudável, mas daí desprendeu tempo ou deixou de fazer algo para ter que cozinhar. Tem quem goste, é claro! Eu amo cozinhar, mas sempre, nem pensar! Depois tem a louça p lavar, guardar .. e por aí vai. Mesmo quem tem alguém para auxiliar nas tarefas do lar, sempre demanda.
No trabalho, coisa muda! Alguém diz, esquece tudo que te aconteceu hoje e foca no trabalho! Cobranças, metas, reuniões, apresentação de resultados, mais cobrança, mais foco.. e o nível de estresse, subindo é claro! Você ainda lembra do cortisol? Eu nem lembraria mais!
Enfim hora de ir para, pegar o trânsito de volta, para casa, escola, outro trabalho, pegar os filhos na escola, passar no super, farmácia...
Você parou? Conseguiu chegar em casa? Consegue descansar agora? Claro que não!
Encaixa tudo isso com aquela academia que você faz ou pior a que deveria fazer. Não esquece que precisa dar atenção para os filhos, rever os temas, alimentação, preparar a janta, o lanche, mais louça para lavar, secar guardar, sem contar roupas.. e por aí vai.
Vai dormir a hora que dá! Normalmente bem tarde!
Mudanças na mente e no corpo
A maternidade chega em alta adrenalina, primeiro uma tensão pela confirmação da gravidez, ou um susto para quem é pego desprevenido.
Depois o corpo muda drasticamente em 9 meses, vira uma bomba de hormônios para todos os lados. Depois nasce, nem menciono o parto. Achou que agora pode descansar? Claro que não! Chegam os cuidados com o bebê, a tentativa de conciliar relacionamento, casa, trabalho e porque não o sentimento de culpa que sempre acompanha uma mãe. Claro que é uma experiência única e passamos por isso, mas aqui me refiro a adrenalina, a ansiedade, lembra ?
“filho, a mãe preparou o lanche, não esquece de levar”; “a mãe fez seu prato favorito, vem almoçar.” “Pegou o casaquinho?” São clássicas essas e muitas outras da eterna preocupação com filhos.
Recapitulando:
O cortisol tem como suas funções principais:
Resposta ao estresse:
O cortisol é liberado em resposta a situações de estresse, preparando o corpo para lidar com a ameaça, aumentando a pressão arterial e a queima de calorias.
Regulação do metabolismo:
Ele ajuda a regular o metabolismo de carboidratos, proteínas e gorduras, além de influenciar os níveis de açúcar no sangue.
Resposta imunológica:
O cortisol afeta a resposta imunológica do corpo, contribuindo para a redução da inflamação e para a ação anti-inflamatória.
Ciclo sono vigília:
O cortisol contribui para a regularização do ciclo circadiano, com picos de liberação ao acordar, o que ajuda a aumentar a disposição e a promover um sono mais reparador.
Humor e motivação:
O cortisol também está relacionado com o humor, a motivação e o medo, influenciando o estado emocional.
Pressão arterial:
O cortisol ajuda a manter a pressão arterial dentro de níveis normais.
Níveis de Cortisol
Pense num motor de um carro quando forçado a máxima potência dele. Certamente irá desregular, antes de pifas mesmo. Mas vamos pensar na desregulação, no caso do cortisol pode ser uma desregulação alta, como baixa.
Hipocortisolismo: nível baixo de cortisol
Quando acontece a redução da produção de cortisol no corpo, ocorre o hipocortisolismo. Aqui o corpo inicia sinais e sintomas mais leves, como fraqueza, fadiga e cansaço; até sintomas mais profundos, como depressão. Além disso, o hipocortisolismo também pode indicar que a pessoa tem a doença de Addison, que causa dores abdominais, fraqueza, emagrecimento, manchas na pele e tonturas.
Hipercortisolismo: nível alto de cortisol
Já o hipercortisolismo é quando há uma grande exposição a níveis elevados de cortisol com frequência. Os sintomas mais comuns são: perda de massa muscular e aumento do peso ao redor do tronco, dificuldade na aprendizagem, baixo crescimento, diminuição da testosterona, lapsos de memória, diminuição do apetite sexual e menstruação irregular
ansiedade e cortisol
Ter ansiedade não é ruim, é um sentimento natural que frequentemente está associado à antecipação de perigo ou situações incertas. É uma resposta normal do organismo a situações de estresse. Mas pode se tornar excessiva e prejudicial, levando a problemas de saúde mental.
Você deve estar se perguntando o que o cortisol tem a ver com a ansiedade? A ansiedade e o cortisol estão intimamente relacionados, principalmente quando a ansiedade é crônica, sendo capaz de levar os níveis de cortisol no organismo. O cortisol elevado pode agravar os sintomas de ansiedade, como inquietação, nervosismo e dificuldade para relaxar, enquanto a ansiedade, por sua vez, continua a estimular a produção de cortisol. Ou seja, entramos num ciclo de de desregulação e possivelmente adoecimento. Esse desequilíbrio afeta neurotransmissores como a serotonina e a dopamina, que são importantes para a regulação do humor, podendo levar a alterações como estresse, irritabilidade e até depressão. Outros fatores prejudiciais a saúde, como pressão alta, insônia, dificuldade de concentração e ganho de peso. A pessoa sente-se em total insegurança
Existem alguns tipos de ansiedade, como Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG), Transtorno de Pânico (TP), Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC) e Transtorno de Ansiedade Social ou Fobia Socia, que podem ser encontradas no DSM (Manual de Diagnóstico Estatístico de Transtornos Mentais).
FALTA OU EXCESSO DE FOME
Alimentos que podem ajudar:
Alimentos ricos em triptofano: Promovem a liberação de serotonina, um neurotransmissor que ajuda a regular o humor, como bananas, chocolate amargo, nozes, leite e queijo.
Alimentos ricos em ômega-3: Como peixes e sementes, podem reduzir a inflamação e melhorar o humor.
Alimentos ricos em vitaminas do complexo B: Presentes em carnes magras, frangos, ovos, legumes, grãos integrais e espinafre, ajudam a regular o sistema nervoso.
Alimentos ricos em magnésio: Como vegetais de folhas verde-escuras, nozes, sementes, abacate, banana e grãos integrais, ajudam a relaxar.
Alimentos que devem ser evitados:
Alimentos ultraprocessados: Podem piorar a ansiedade e a depressão.
Bebidas açucaradas: Refrigerantes e sucos industrializados podem piorar a ansiedade.
Cafeína e álcool: Podem agravar os sintomas de ansiedade.
Dicas para melhorar a alimentação em momentos de ansiedade:
Coma de forma consciente: Preste atenção no que está comendo e na quantidade que está comendo.
Coma alimentos saudáveis: Opte por alimentos ricos em nutrientes e que te ajudem a se sentir bem.
Beba água: A água ajuda a manter o corpo hidratado e pode ajudar a diminuir a ansiedade.
Pratique atividades físicas: A atividade física pode ajudar a liberar endorfinas, que têm efeito calmante.
Procure ajuda profissional: Se a ansiedade estiver afetando muito a sua vida, procure ajuda de um psicólogo ou psiquiatra.
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